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Bancos de desenvolvimento ao redor do mundo

Desde o início do novo milênio, com destaque para o período que sucede a crise de 2008, vem ocorrendo um renascimento dos bancos de desenvolvimento (BD) como instrumentos relevantes de política econômica. Em sintonia com essa tendência e buscando preencher a necessidade de dados sobre a atuação dessas instituições, o Inse e a AFD desenvolveram em colaboração uma ampla e inédita base de dados sobre o tema. Leia o artigo e veja como essas instituições estão distribuídas pelo mundo, em que áreas atuam e de que forma contribuem para a promoção dos ODS da ONU.

Desde o início do novo milênio, com destaque para o período que sucede a crise de 2008, vem ocorrendo um renascimento dos bancos de desenvolvimento (BD) como instrumentos relevantes de política econômica. Em sintonia com essa tendência e buscando preencher a necessidade de dados sobre a atuação dessas instituições, o Institute of New Structural Economics (Inse) e a Agence Française de Développment (AFD) desenvolveram em colaboração uma ampla e inédita base de dados sobre o tema (Xu et al, 2020).

 

A plataforma mostra que, em 2020, o número de BDs no mundo chegou a 453, sendo 408 bancos nacionais ou regionais (como BNDES e BDMG, respectivamente) e 45 instituições multilaterais (caso do New Development Bank). Espalhadas por todos os continentes, essas instituições existem também em países nos mais diferentes estágios de desenvolvimento.

 

A crise de 2008 e a disseminação dos BDs

 

A trajetória de crescimento da quantidade de BDs pelo mundo nos últimos anos é confirmada pela base de dados, que revela que 21% dos 453 BDs existentes hoje surgiram após a crise de 2008. Isso sugere que a experiência de uma grande recessão teria despertado muitos países para a importância de ter um banco de desenvolvimento capaz de adotar ações anticíclicas complementares aos instrumentos macroeconômicos usuais.

               

De fato, diversas pesquisas conduzidas desde 2008 tratam da importância dessas instituições em conjunturas adversas. Segundo o Conference Board do Canadá (2010), “uma vez que a crise chega, é tarde demais para os governos criarem capacidade institucional para fornecer suporte de crédito. As instituições já devem existir, com um mandato claro, profissionais experientes e capacidade financeira para responder às necessidades e acelerar as suas operações quando o mercado privado falha”.

 

O Brasil e o Vietnã são os países com a maior quantidade de BDs atualmente, com 21 instituições cada, sendo seguidos por EUA com 13, Malásia e Paquistão com 11, e Alemanha com 10 instituições de fomento. A ferramenta revela também que a quantidade de BDs tende a acompanhar o perfil de renda dos países.

 

A quantidade de instituições por país, contudo, não é a única medida que importa para entender a distribuição. Isso porque o modelo adotado pode variar: grandes instituições com mandato geral ou diversas instituições menores com mandatos específicos.

 

Analisando pelo volume de ativos dos BDs em cada país, a primeira posição passa a ser ocupada pela China (US$ 4 trilhões), seguida por Alemanha (US$ 1,1 trilhões), Japão (US$ 639 bilhões), Brasil (US$ 557 bilhões) e Itália (US$ 491 bilhões).

 

Em relação ao perfil das instituições, o mapeamento realizado pela pesquisa mostra ainda que existe uma diversidade de mandatos entre os BDs, que vai desde instituições com atuação mais abrangente (caso do BNDES e de outros 170 BDs) até aquelas com foco exclusivo em áreas/segmentos como MPMEs (155), exportação e importação (46), agricultura (39), habitação (27) e desenvolvimento local (15).

  

Os bancos de desenvolvimento e a promoção dos ODS

 

Outra forma de comparar as diferentes estratégias adotadas pelos BDs, oferecida pela plataforma, diz respeito à atuação deles na promoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Utilizando um algoritmo de aprendizado de máquina para ler automaticamente os relatórios anuais das instituições, a ferramenta estima a probabilidade de menção a cada ODS, oferecendo uma visão dos países e BDs mais comprometidos com cada tema.

 

O Brasil está bem posicionado no ranking de maiores promotores dos ODS.  O país aparece entre os dez maiores promotores em 11 dos 17 ODS. Já o BNDES figura como uma das dez maiores instituições promotoras em seis dos 17 ODS. Confira na figura em quais ODS a atuação do Banco se destaca:

 

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Fonte: Public Development Banks database (XU et al, 2020).  

 

Acesse a base de dados dos BDs e veja mais informações

 

No site do BNDES, é possível acompanhar também como o Banco contribui diretamente para cada um dos ODS, em um painel interativo que mostra os desembolsos da instituição de acordo com o objetivo selecionado nos diferentes estados do país. Recentemente, o BNDES passou a disponibilizar informações sobre sua atuação para os 17 ODS.

 

Acesse o painel de ODS do BNDES

 

 

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