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Finanças Verdes

A redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) na magnitude prevista pelo Acordo de Paris exigirá mudanças radicais na prática, estratégia e comportamento corporativo, particularmente nos setores da economia que são intensivos em COe energia. Essas mudanças demandarão um enorme investimento de capital dos setores público e privado, tornando também fundamental o papel a ser desempenhado pelo setor financeiro.

A redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) na magnitude prevista pelo Acordo de Paris exigirá mudanças radicais na prática, estratégia e comportamento corporativo, particularmente nos setores da economia que são intensivos em COe energia. Essas mudanças demandarão um enorme investimento de capital dos setores público e privado, tornando também fundamental o papel a ser desempenhado pelo setor financeiro.

Além de atuar no financiamento de uma economia resiliente e de baixo carbono, esse setor tem sido chamado a integrar os riscos climáticos à gestão de seus portfólios e à análise de novos projetos, bem como a dar transparência a sua exposição a esses riscos. 

Já ouviu falar na iniciativa Climate Action in Financial Institutions?

Lançada em 2015 durante a COP 21, a iniciativa consiste em uma coalizão de instituições financeiras públicas e privadas em prol da integração, de forma sistemática, da dimensão climática na sua atuação. 

Até o momento, cerca de 38 instituições aderiram à iniciativa, comprometendo-se a buscar a internalização da temática, de modo voluntário e progressivo, em suas estratégias, processos de gestão de riscos, monitoramento de desempenho e prestação de contas à sociedade. 

Visando tornar as mudanças climáticas um componente central na condução dos negócios em instituições financeiras, a iniciativa é orientada por cinco princípios voluntários, aos quais as instituições devem confirmar publicamente seu apoio no momento da adesão: 

COMPROMETER-SE com estratégias climáticas: estabelecer prioridades estratégicas explícitas e compromissos com políticas e metas que permitirão a integração da temática nas atividades da instituição ao longo do tempo.

GERIR riscos climáticos: considerar a dimensão climática na análise de seu portfólio, pipeline e novos investimentos, tendo em vista os riscos associados, bem como interagir com clientes para aumentar a resiliência aos impactos climáticos e melhorar a sustentabilidade em longo prazo dos investimentos.

PROMOVER objetivos climáticos: desenvolver instrumentos, ferramentas e conhecimentos sobre a melhor forma de superar riscos e promover investimentos resilientes e de baixo carbono, mobilizar e catalisar investimentos adicionais para o clima por meio, por exemplo, do desenvolvimento de produtos financeiros específicos, como títulos verdes, mecanismos de compartilhamento de riscos ou finanças combinadas, compartilhar experiências com clientes e outras partes interessadas (por exemplo, agências de rating) na temática.

MELHORAR o desempenho climático: acompanhar e monitorar indicadores relacionados a mudanças climáticas, incluindo relatórios de GEE, volumes de empréstimos, ativos alocados e a própria pegada de carbono da instituição.

PRESTAR CONTAS de suas atividades climáticas: ser transparente e relatar, sempre que possível, o desempenho climático da instituição, incluindo aumento de financiamento para energia limpa, eficiência energética, resiliência climática e outras atividades e investimentos relacionados ao clima.

A iniciativa disponibiliza uma base de dados de boas práticas do setor e uma série de publicações relacionadas aos cinco princípios, com os mais recentes artigos e livros lançados sobre o tema. As instituições apoiadoras têm a oportunidade de acessar e utilizar esse material, bem como de compartilhar suas experiências no Climate Mainstreaming Practice Report, relatório com periodicidade anual.

A iniciativa também promove grupos de trabalho e discussões entre as instituições participantes visando aprendizado mútuo, disseminação de boas práticas e colaboração em áreas de interesse comum.

E no Brasil?

Entre as iniciativas nacionais que merecem atenção, cabe mencionar o Laboratório de Inovação Financeira (LAB), uma iniciativa conjunta da Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE) com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Comissão de Valores Imobiliários (CVM). O objetivo da iniciativa é impulsionar o debate socioambiental e a criação de mecanismos inovadores que promovam o desenvolvimento sustentável, por meio da convergência dos interesses públicos e privados. 

Atualmente, o LAB conta com quatro grupos de trabalho, voltados para os temas:

  • Títulos verdes: aprofundamento do conhecimento sobre o mercado e desenvolvimento e avaliação de propostas de intervenção no Brasil.
  • Finanças verdes: construção de diálogo com as instituições que compõem o Sistema Nacional de Fomento (SNF) para originar, avaliar e testar inovações financeiras que apoiem o desenvolvimento sustentável do Brasil.
  • Instrumentos Financeiros e Investimentos de Impacto: identificação do papel que possam tomar as IFDs e as oportunidades de desenvolver o mercado de capitais e instrumentos financeiros para ampliar a oferta de investimentos para negócios que promovam os ODS; 
  • Fintech: desenvolvimento de estudos e avaliações sobre as novas tecnologias financeiras, economia digital e tendências e mecanismos de financiamento alternativos (impactos, oportunidades e desafios); e desenho da proposta de atuação conjunta em tecnologias financeiras, economia digital e mecanismos de financiamento alternativos (regras de governança, membros, serviços oferecidos etc.), incluindo estudo sobre a viabilidade de implantação de um projeto de sandbox regulatório nos mercados de capitais, de seguros e de previdência.

Além dessa iniciativa, vale mencionar que diversos bancos nacionais comerciais têm desenvolvido ações e feito progresso nessa área. 

Saiba mais sobre evento realizado no BNDES sobre o tema, em parceria com o International Development Finance Club (IDFC) e a iniciativa Climate Action in Financial Institutions, que contou com a participação da Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), Bradesco e Santander, além de diversas instituições de desenvolvimento internacionais -  Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), Banco de Desenvolvimento da África do Sul (DBSA), Banco de Desenvolvimento da China (CDB), Bancoldex Colômbia, Industrial Development Bank of Turkey (TSKB), International Investment Bank (IIB), Japan International Cooperation Agency (JICA), KfW, Latin American Development Bank (CAF) e Vnesheconombank (VEB).

O evento teve por objetivo divulgar, no setor financeiro brasileiro, a iniciativa Climate Action in Financial Institutions, à qual o BNDES se filiou em dezembro de 2017, bem como possiblitar o compartilhamento de experiências entre as instituições presentes quanto à incorporação da dimensão climática nos negócios. 

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