Pular para o conteúdo principal

Menu

Economia e desenvolvimento Post

Open Banking: um ecossistema financeiro mais integrado

O Open Banking – que pode ser traduzido como Sistema Financeiro Aberto – é uma iniciativa de compartilhamento padronizado de dados e serviços por meio de integração de sistemas. Isso significa que, com ele, as instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil (BCB) passam a compartilhar dados sobre produtos e informações financeiras de seus clientes.

O Open Banking – que pode ser traduzido como Sistema Financeiro Aberto – é uma iniciativa de compartilhamento padronizado de dados e serviços por meio de integração de sistemas. Isso significa que, com ele, as instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil (BCB) passam a compartilhar dados sobre produtos e informações financeiras de seus clientes, utilizando APIs (application programming interfaces) para integrar suas plataformas tecnológicas e bases de dados.  

Partindo da premissa de que o cliente é dono de seus dados, o Open Banking abre a possibilidade de que, com o seu consentimento, os dados coletados por uma instituição financeira possam ser acessados por outras instituições. Essa mudança implica no surgimento de um novo ecossistema financeiro, que integra consumidores, pessoas físicas e jurídicas, desenvolvedores, instituições financeiras tradicionais, novos players, e, inclusive, empresas não regulamentadas pelo Banco Central por meio de parcerias.

 

A implementação do Open Banking no Brasil

 

A abertura do sistema financeiro é uma agenda que vem avançando em diversos países. Ela teve início de forma mais acelerada no Reino Unido, em 2018, com a constatação de que era preciso ampliar a concorrência nos serviços financeiros disponíveis para pessoas físicas e pequenas e médias empresas (PMEs). 

No caso do Brasil, em paralelo ao fluxo crescente de dados digitais, o Open Banking impõe desafios culturais e tecnológicos para todo o segmento financeiro. A iniciativa chega ao país no âmbito de uma série de reformas da chamada Agenda BC#, que tem como principal objetivo orientar as políticas do BCB para a democratização financeira.

Essa agenda está organizada em cinco pilares: inclusão, competitividade, transparência, sustentabilidade e educação financeira. O Open Banking, nesse contexto, teve seu cronograma de implementação previsto em quatro fases, que ampliam gradualmente o nível de compartilhamento de dados.

fotopost

 

Fonte: Elaboração própria a partir da Resolução Conjunta  2, de 27.11.2020.

 

A participação no Open Banking, para compartilhamento de dados, pela regulação brasileira, é obrigatória para instituições financeiras que se enquadram nos Segmentos 1 (S1) e 2 (S2), ou seja, que apresentam porte superior a 1% do PIB brasileiro, o que inclui o BNDES.

Embora para as demais instituições autorizadas pelo BCB essa participação seja facultativa, a opção pelo Open Banking está baseada no princípio da reciprocidade. Isto é, quem deseja ter acesso às informações compartilhadas precisa, em contrapartida, disponibilizar interfaces para compartilhamento de seus dados.

Com o avanço do Open Banking no país, espera-se mais agilidade na entrega de produtos e serviços financeiros aos consumidores, além de aumento da conveniência e da segurança. O surgimento de modelos de negócio mais centrados na figura do cliente, favorecidos por esse processo, deve ampliar também o controle a vida financeira e o acesso a produtos personalizados e a condições financeiras mais vantajosas.

 

Open Banking na perspectiva do BNDES

 

No caso do BNDES, a introdução do Open Banking abre novas possibilidades. As informações obtidas por meio da iniciativa podem auxiliar o Banco a direcionar seus instrumentos financeiros e não financeiros de forma mais assertiva, bem como melhorar e agilizar os processos de concessão de crédito. Permitem, além disso, que o BNDES aperfeiçoe seu modelo de análise de risco de crédito, acelerando etapas de seu processo de classificação de risco. Assim, a iniciativa poderá reduzir, por exemplo, a quantidade de informações e documentos solicitados aos clientes.

A participação do Banco na construção do Open Banking brasileiro, em conjunto com outras instituições financeiras, pode facilitar ainda a identificação de lacunas de crédito e ajudar na própria expansão do mercado de crédito, favorecendo, especialmente o acesso de micro, pequenas e médias empresas.

Para além da atuação do Banco, a abertura de dados via Open Banking estimula a interlocução com outros atores públicos e privados e a construção de parcerias em prol do desenvolvimento e da inclusão das milhões de pessoas que hoje não têm acesso ao sistema financeiro brasileiro.

 

Conteúdos relacionados

 

Estudo apresenta efeitos do crédito indireto do BNDES para MPMEs

 

FIDC como instrumento de ampliação do acesso a crédito

 

O papel do funding público (e do BNDES) na economia hoje

 

Temas:

Se você gostou desse conteúdo, confira esses:

Capa da noticia - Democracia, desenvolvimento e mudanças climáticas no novo contexto global
Economia e desenvolvimento
Post

Democracia, desenvolvimento e mudanças climáticas no novo contexto global

Dani Rodrik, economista e professor da Universidade de Harvard, defendeu na sede do BNDES que os três maiores desafios globais – transição verde, restauração da classe média e redução da pobreza – exigem a promoção de mudanças estruturais. Conheça seus argumentos.
Capa da noticia - O impacto das cooperativas de crédito na economia local
Economia e desenvolvimento
Entrevista

O impacto das cooperativas de crédito na economia local

As cooperativas de crédito oferecem diversos benefícios econômicos às comunidades onde atuam. Ao mesmo tempo em que geram emprego, renda, arrecadação e produtividade; reduzem pobreza, fortalecem capital social e melhoram indicadores educacionais. Conversamos com o pesquisador da Fipe, Alison Pablo de Oliveira, sobre o impacto dessas cooperativas na economia local.
Capa da noticia - Futuro do FAT: impacto das mudanças recentes
Economia e desenvolvimento
Post

Futuro do FAT: impacto das mudanças recentes

Importantes mudanças institucionais e legislativas foram implementadas no FAT ao longo dos últimos anos. O futuro do FAT – e das atividades por ele beneficiadas – depende do que será feito a partir delas. Saiba mais no primeiro artigo da Revista do BNDES 60.

Capa da noticia - Texto para discussão apresenta dados do BNDES dos últimos trinta anos
Economia e desenvolvimento
Post

Texto para discussão apresenta dados do BNDES dos últimos trinta anos

O Texto para Discussão 163, “Três décadas – O BNDES depois da estabilização: 1994-2023”, de autoria dos economistas do BNDES Fabio Giambiagi, Gilberto Borça Jr. e Letícia Magalhães, apresenta um conjunto de dados financeiros e operacionais do Banco referentes ao período que vai de 1994 (em alguns casos) a 2023. Além de contribuir para que se compreenda melhor o desempenho do BNDES, o estudo buscar ser mais um veículo de prestação de contas da instituição.