Pular para o conteúdo principal

Menu

Economia e desenvolvimento Post

Violência e sistema prisional

De acordo com o Relatório Mundial sobre a Prevenção da Violência 2014, da Organização Mundial da Saúde (OMS), a violência responde por 2,5% da mortalidade global (OMS, 2014). Dados de 2015 desse órgão (OMS, 2015) mostram que, para indivíduos do sexo masculino entre 15 e 49 anos de idade, essa proporção vai para 13%, sendo a violência a quarta principal causa de morte. 

De acordo com o Relatório Mundial sobre a Prevenção da Violência 2014, da Organização Mundial da Saúde (OMS), a violência responde por 2,5% da mortalidade global (OMS, 2014). Dados de 2015 desse órgão (OMS, 2015) mostram que, para indivíduos do sexo masculino entre 15 e 49 anos de idade, essa proporção vai para 13%, sendo a violência a quarta principal causa de morte. A OMS considera aceitável uma taxa de homicídio de até dez para cada cem mil habitantes. Por esse indicador, o Brasil foi o 11º país mais violento do mundo (quinto entre os 87 países com mais de 10 milhões de habitantes), com um registro de 32,4 homicídios para cada cem mil habitantes, em 2012 (OMS, 2014). Trata-se de uma taxa quase cinco vezes maior do que a média mundial, de 6,7 homicídios/cem mil habitantes.
O Gráfico 1 mostra que o Brasil está em situação melhor do que a Venezuela (57,6 homicídios/cem mil habitantes) e a Colômbia (43,9), mas pior do que o México (22), que tem graves problemas de tráfico de drogas. A situação brasileira é também pior do que a média dos países de renda média e baixa da América Latina (28,5), região com maior proporção de homicídios entre as analisadas pela OMS. Outra constatação alarmante é que essa proporção no Brasil é mais de cinco vezes maior do que a da Argentina (6) e a do Chile (4,6). Nos países de renda alta, a estimativa é de 3,8  homicídios por cem mil habitantes. Nos EUA e na França, as taxas são 5,4 e 1,0, respectivamente.
BNDES - imagem ilustrativa
Em consonância com a alta taxa de homicídios, o Brasil tem uma elevada taxa de encarceramento. De acordo com WPB (2017), em fevereiro de 2017 o país tinha 651 mil pessoas privadas de liberdade em estabelecimentos penais, com uma taxa de 316 presos para cada cem mil habitantes. A taxa mundial é de 144 presos para cada cem mil habitantes, com o país na 22ª posição do ranking total, mas na sexta posição entre aqueles com mais de dez milhões de habitantes. Os EUA, apesar de não estarem entre os países com elevada taxa de homicídios, têm uma relação de 693 presos/cem mil habitantes, o que os coloca na segunda posição do ranking total e na primeira entre os países com o mínimo de dez milhões de habitantes. Em contraste, a França, com apenas 101 presos/cem mil habitantes, tem uma taxa abaixo da média mundial.
No Gráfico 2, vê-se um forte aumento da taxa de aprisionamento no Brasil nos últimos vinte anos. Em 1995, a taxa no país era de 107 presos para cada cem mil habitantes, número não muito distante do da França (89 presos/cem mil habitantes). Contudo, enquanto a taxa francesa aumentou em apenas 13% (para 101 presos/cem mil habitantes), entre o fim de 1995 e o início de 2017, a do Brasil praticamente triplicou.
BNDES - imagem ilustrativa
 
O texto acima foi extraído do Texto para Discussão 117, intitulado "Uma avaliação das experiências internacionais e brasileira de PPPs no sistema prisional", de autoria de Antônio Ambrozio, Fernando Puga e Nelson Siffert Filho. Clique aqui e baixe a publicação completa.

 

Conteúdos relacionados

Causas e consequências do crime no Brasil

Causas de mortes no Brasil

 

Se você gostou desse conteúdo, confira esses:

Capa da noticia - Democracia, desenvolvimento e mudanças climáticas no novo contexto global
Economia e desenvolvimento
Post

Democracia, desenvolvimento e mudanças climáticas no novo contexto global

Dani Rodrik, economista e professor da Universidade de Harvard, defendeu na sede do BNDES que os três maiores desafios globais – transição verde, restauração da classe média e redução da pobreza – exigem a promoção de mudanças estruturais. Conheça seus argumentos.
Capa da noticia - O impacto das cooperativas de crédito na economia local
Economia e desenvolvimento
Entrevista

O impacto das cooperativas de crédito na economia local

As cooperativas de crédito oferecem diversos benefícios econômicos às comunidades onde atuam. Ao mesmo tempo em que geram emprego, renda, arrecadação e produtividade; reduzem pobreza, fortalecem capital social e melhoram indicadores educacionais. Conversamos com o pesquisador da Fipe, Alison Pablo de Oliveira, sobre o impacto dessas cooperativas na economia local.
Capa da noticia - Futuro do FAT: impacto das mudanças recentes
Economia e desenvolvimento
Post

Futuro do FAT: impacto das mudanças recentes

Importantes mudanças institucionais e legislativas foram implementadas no FAT ao longo dos últimos anos. O futuro do FAT – e das atividades por ele beneficiadas – depende do que será feito a partir delas. Saiba mais no primeiro artigo da Revista do BNDES 60.

Capa da noticia - Impacto da construção de usinas eólicas nos municípios brasileiros
Economia e desenvolvimento
Post

Impacto da construção de usinas eólicas nos municípios brasileiros

Crescimento do PIB per capita dos municípios com parques eólicos é mais positivo. Estudo realizado por meio de método de controle sintético, aponta resultados mais significativos dois a três anos do início da construção, com dispersão posterior.