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Parques tecnológicos: panorama e desafios

O parque tecnológico é um complexo planejado de desenvolvimento empresarial e tecnológico, promotor da cultura de inovação, da competitividade industrial, da capacitação empresarial e da promoção de sinergias em atividades de pesquisa científica, de desenvolvimento tecnológico e de inovação, entre empresas e uma ou mais instituições científicas e tecnológicas (ICT), com ou sem vínculo entre si, conforme conceitua a Lei 13.243, de 11 de janeiro de 2016.

O parque tecnológico é um complexo planejado de desenvolvimento empresarial e tecnológico, promotor da cultura de inovação, da competitividade industrial, da capacitação empresarial e da promoção de sinergias em atividades de pesquisa científica, de desenvolvimento tecnológico e de inovação, entre empresas e uma ou mais instituições científicas e tecnológicas (ICT), com ou sem vínculo entre si, conforme conceitua a Lei 13.243, de 11 de janeiro de 2016.

Ao reunir empresas e institutos de pesquisa na mesma localidade, os parques tecnológicos desempenham papel importante no processo contínuo de criação e difusão do conhecimento. Nesses ambientes, o conhecimento é criado no trabalho realizado em parceria pelos profissionais dos institutos, centros de pesquisa, empresas de base tecnológica e empresas inovadoras. O compartilhamento do conhecimento pode ser observado nos acordos e projetos das empresas situadas nos parques, quando usam plataformas de conhecimento em conjunto, em joint ventures estratégicas ou em centros compartilhados entre organizações de pesquisa (públicas ou privadas) e empresas (BELLAVISTA; SANZ, 2009).

As empresas que se instalam em parques contam com vantagens em relação às localizadas fora deles (LÖFSTEN; LINDELOF, 2002 apud MACHADO; CASTRO; SILVA, 2005). São elas: 
• maior facilidade para as empresas relacionarem-se com ambiente de redes de pesquisa;
• maior estímulo à busca de informações externas, tais como institutos de alto nível, consultores e grupos de empreendedores;
• atração de maior número de empreendedores;
• maior facilidade na distribuição de produtos.

Estudos apontam que as empresas situadas nos parques apresentam maior tendência a promover a elevação da qualificação de sua força de trabalho (KOH; KOH; TSCHANG, 2005) e têm taxas de sobrevivência maiores. Também são mais efetivas quanto à geração de novos produtos, serviços e patentes, conforme Siegel et al. Apud Phan, Siegel e Wright (2005).

 

Perfil dos parques brasileiros

Conforme estudo de ABDI e Anprotec (2008), algumas características típicas que configuram a base do que pode se consolidar como um “modelo brasileiro” de parques são:


• Os parques brasileiros têm forte relacionamento com mecanismos e iniciativas de promoção do empreendedorismo inovador, especialmente incubadoras de empresas.
• Em geral, os parques estão relacionados com um programa formal de planejamento regional, constituindo uma parte importante da estratégia de desenvolvimento econômico e tecnológico.
• Os projetos de parques têm sido liderados por entidades gestoras de programas bem-sucedidos na área de incubação de empresas, transferência de tecnologia universidade-empresa e P&D para o setor empresarial.
• Os espaços físicos escolhidos para implantar os parques são, em geral, originários de órgãos públicos ou de universidades.
• Em função do caráter “emergente” da indústria de tecnologia no país, os parques vêm ocupando um espaço de referência física do processo de desenvolvimento dos polos tecnológicos brasileiros.

Quanto às áreas de atuação dos empreendimentos pesquisados no estudo, a maioria dos parques contempla a área de tecnologias da informação e da comunicação (TIC) e os setores de energia, biotecnologia, saúde, petróleo e gás natural e telecomunicações.

 

Saiba mais sobre a importância dos parques tecnológicos, seus principais modelos de gestão e estruturas jurídicas, o perfil dos parques brasileiros e possibilidades de atuação do BNDES no artigoParques tecnológicos: panorama brasileiro e o desafio de seu financiamento, do qual foi extraído e adaptado esse conteúdo. O estudo é de autoria de Isabela Brod Lemos de Abreu, Fernão de Souza Vale, Luciana Capanema e Ricardo Camacho Bologna Garcia e foi publicado na Revista do BNDES 45.

 

Baixar o artigo completo

 

Referências

 

BELLAVISTA, J.; SANZ, L. Science and technology parks: habitats of innovation: introduction to special section. Science and Public Policy, v. 36, n. 7, p. 499-510, Aug. 2009.
MACHADO, H.; CASTRO, S.; SILVA, M. Uma abordagem sobre parques tecnológicos e a criação de empresas de base tecnológica EGEPE. In: ENCONTRO DE ESTUDOS SOBRE EMPREENDEDORISMO E GESTÃO DE PEQUENAS EMPRESAS, 4., 2005, Curitiba. Anais. Curitiba, 2005.
KOH, F. C. C.; KOH, W. T. H.; TSCHANG, F. T. An analytical framework for science parks and technology districts with an application to Singapore. Journal of Business Venturing, v. 20, n. 2, p. 217-239, 2005.
PHAN, P. H.; SIEGEL, D. S.; WRIGHT, M. Science parks and incubators: observations, synthesis and futureresearch. Journal of Business Venturing, v. 20, n. 2, p. 165-182, 2005.
ABDI – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL; ANPROTEC – ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE ENTIDADES PROMOTORAS DE EMPREENDIMENTOS DE
TECNOLOGIAS AVANÇADAS. Parques tecnológicos no Brasil: estudo, análise e proposições. Brasília, 2008.

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