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Os desafios do setor de logística

Com base na análise de 14 setores da economia brasileira, a publicação Panoramas Setoriais 2030: Desafios e oportunidades para o Brasil aponta alguns fatores críticos para que o Brasil possa retomar o crescimento e alcançar um desenvolvimento consolidado e sustentável até o fim da próxima década. Entre os diversos desafios, talvez o mais urgente e com maior capacidade de ajudar a recuperação econômica esteja na necessidade de melhorar a infraestrutura de logística, que afeta a produtividade sistêmica. Confira aqui!

Com base na análise de 14 setores da economia brasileira, a publicação Panoramas Setoriais 2030: Desafios e oportunidades para o Brasil aponta alguns fatores críticos para que o Brasil possa retomar o crescimento e alcançar um desenvolvimento consolidado e sustentável até o fim da próxima década. 
 
Entre os diversos desafios, talvez o mais urgente e com maior capacidade de ajudar a recuperação econômica esteja na necessidade de melhorar a infraestrutura de logística, que afeta a produtividade sistêmica. De fato, o Brasil ocupa hoje a distante 54ª posição no ranking de performance em logística. Como mostra o gráfico abaixo, o país investiu apenas 0,5% do PIB nesse setor, entre 1993 e 2015, o que corresponde a quase um décimo dos investimentos da China e metade das inversões da América Latina (também como proporção do PIB) em período semelhante (1992 a 2011).

Investimentos mundiais em logística (% do PIB)

BNDES - imagem ilustrativa

Para um país com dimensões continentais, como é o caso brasileiro, há necessidade de reorientação da matriz de transporte em direção a modais mais eficientes, mas também de expansão de toda a base de ativos logísticos no país. De fato, os investimentos foram baixos até mesmo em rodovias (0,28% do PIB), modal em que a matriz de transporte brasileira é concentrada. Para fins de comparação, a China, mesmo tendo se voltado a desenvolver modais mais eficientes de transporte para longa distância (ferrovias), investiu 2,68% do PIB em rodovias, percentual quase dez vezes maior do que o do Brasil.

Há um estoque de investimento necessário à readequação da infraestrutura de transportes, não rigorosamente estimado, mas avaliado no passado entre R$ 428 bilhões (Plano Nacional de Logística e Transportes) e R$ 1 trilhão (Confederação Nacional do Transporte). Esse desafio independe de questões relativas ao nível de crescimento da demanda. Trata-se de um estoque que deverá ser equacionado de modo independente das questões exógenas, em função da já delicada posição relativa dos custos logísticos no Brasil e de seu impacto nas cadeias produtivas e na capacidade de inserção internacional das empresas instaladas no país. A velocidade desse equacionamento é que deverá ser influenciada, naturalmente, pelas condições macroeconômicas vigentes.

Os pilares necessários para a ampliação desses investimentos residem, entre outros fatores, na estrutura de planejamento de longo prazo amparada por uma contabilidade econômica, financeira e ambiental que possa ser defendida interna e externamente; na estruturação de marco regulatório setorial que forneça segurança econômica e jurídica aos investidores; no desenvolvimento de estruturas de funding e incentivo ao investimento estrangeiro; e na resolução de eventuais conflitos entre os responsáveis pela construção e os encarregados pela operação do ativo. 

 

O conteúdo desse texto foi extraído e adaptado dos artigos de Introdução (Fernando Puga e Lavinia Barros de Castro) e de Logística (Ana Carolina Assis, Dalmo Marchetti e Edson Dalto), publicados em Panoramas Setoriais 2030: Desafios e oportunidades para o Brasil

 

 

 

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