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Estudo especial n. 17 analisa PIB do quarto trimestre de 2023

O resultado estável em relação ao terceiro trimestre, confirma o diagnóstico de uma economia operando em duas velocidades diferentes ao longo de 2023, com expansão nos dois primeiros trimestres e uma relativa estagnação nos últimos seis meses.

Edição n. 17/2024

 

O produto interno bruto (PIB) do quarto trimestre de 2023 (4T/2023) apresentou estabilidade na margem em comparação com o terceiro trimestre do mesmo ano na série livre de influências sazonais. Esse resultado foi ligeiramente inferior às expectativas de mercado, que projetavam uma alta de 0,1%. Sendo assim, o PIB encerrou o ano de 2023 com crescimento de 2,9%, contra 3,0% em 2022, evidenciando a resiliência da atividade econômica no Brasil no período pós-pandemia. O resultado de 2023 foi, assim como nos últimos anos, surpreendente, se levarmos em conta que a mediana das expectativas de mercado para o crescimento do PIB era de apenas 0,8% no início de 2023.

Apesar da surpresa e do crescimento acima do esperado no consolidado do ano, o resultado do 4T/2023 confirma o diagnóstico de uma economia operando em duas velocidades diferentes ao longo de 2023. Enquanto a economia teve expansão de 1,3% no 1T/2023 e de 0,8% no 2T/2023, os últimos seis meses mostraram uma relativa estagnação da atividade econômica.

O primeiro semestre foi bastante dinâmico, tanto por causa da supersafra agrícola e da resiliência do setor de serviços quanto em razão do impulso fiscal do governo por meio de políticas de estímulo à demanda agregada (manutenção do Bolsa Família em R$ 600, com adicional de R$ 150 por criança de até 6 anos, aumento do salário mínimo e recomposição de gastos a partir da Proposta de Emenda à Constituição – PEC – da transição). A queda da inflação, em particular nos preços de alimentos, também gerou impacto positivo na renda das famílias, estimulando o consumo principalmente de pessoas com menores faixas de renda. O dinamismo do mercado de trabalho é um fator positivo que também ajuda a explicar o bom desempenho da massa salarial e, portanto, do consumo das famílias. Já no segundo semestre a economia ficou estagnada, visto que grande parte dos estímulos mencionados se esgotou.

Do ponto de vista do BNDES, a preocupação reside na dinâmica dos investimentos. O ano mostrou uma queda de 3,0% na formação bruta de capital fixo (FBCF), com desempenho preocupante sobretudo da parte relativa ao segmento de bens de capital. A expectativa é de que, com a continuidade do ciclo de flexibilização monetária em curso, esse cenário seja, em alguma medida, revertido para 2024, na linha do que foi observado no 4T/2023. A adoção articulada de políticas públicas, como o Novo PAC, a nova Política Industrial e o Plano de Transição Ecológica do Governo Federal, tende a contribuir para um maior dinamismo do investimento, tanto por meio da execução de projetos quanto pelo alinhamento e pelo impulso dos investimentos privados.

 

>>Acesse o estudo completo aqui

 

 

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