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States of the future Post

André Roncaglia fala sobre os desafios para um novo modelo de desenvolvimento

Neste segundo post sobre o papel dos Estados na promoção de um novo modelo de desenvolvimento, André Roncaglia, professor de Economia da Unifesp e Pesquisador Associado ao FGV-IBRE, compartilha com os leitores sua visão sobre o tema.

 

Dando continuidade à série inspirada no evento States of the Future, realizado entre 22 e 26 de julho, no Rio de Janeiro, em paralelo ao G20, convidamos o professor e pesquisador André Roncaglia a contribuir sobre os desafios para um modelo de desenvolvimento mais sustentável e socialmente justo.

 

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André Roncaglia é economista e professor na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), pesquisador associado ao IBRE-FGV e colunista da Folha de S. Paulo. Mestre em Economia pela PUC-SP e doutor em Economia do Desenvolvimento pela USP, tem experiência em temas como inflação e política monetária, economia monetária, macroeconomia do desenvolvimento, história do pensamento econômico, economia financeira e economia brasileira.

 
 

Foto: Rossana Fraga
Divulgação BNDES

 

Quais os principais desafios atuais para a promoção de um modelo de desenvolvimento mais sustentável e socialmente justo? Qual o papel dos Estados neste contexto?

por André Roncaglia

Promover um modelo de desenvolvimento mais sustentável e socialmente justo enfrenta diversos desafios atuais, sendo crucial analisar a concentração de riqueza financeirizada, os problemas de coordenação global no combate às mudanças climáticas e o impacto do neoliberalismo sobre as capacidades estatais.

A concentração e a financeirização da riqueza constituem um dos principais obstáculos para a promoção da justiça social e sustentabilidade. O aumento da desigualdade resulta em uma distribuição desigual de recursos e oportunidades e inibe o financiamento de uma estratégia coordenada de combate às mudanças climáticas.

Para tanto, é necessário fortalecer as instituições financeiras de desenvolvimento, como bancos públicos e agências de desenvolvimento, capazes de direcionar finanças pacientes para a transição ecológica, com vista à geração de bons empregos e inclusão social.

Os problemas de coordenação entre países no combate às mudanças climáticas representam outro desafio significativo. A crise climática é um problema global que requer ação coletiva e coordenada de todas as nações. No entanto, a falta de consenso, interesses divergentes e ações unilaterais dificultam a implementação de políticas eficazes para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, promover energias renováveis e proteger ecossistemas vulneráveis.

O neoliberalismo, com sua ênfase na liberalização econômica, privatização e redução do papel do Estado, impactou negativamente as capacidades estatais de promover o desenvolvimento sustentável e a justiça social. É preciso reconstruir os sistemas de proteção social e retomar os investimentos em infraestruturas públicas essenciais.

O papel dos Estados é fundamental para promover a redistribuição de riqueza, e incentivar investimentos sustentáveis, bem como fomentar a cooperação internacional no combate às mudanças climáticas. Além disso, os Estados precisam reafirmar seu papel regulador e promotor do bem-estar social, superando as limitações impostas pelo neoliberalismo e adotando abordagens mais inclusivas e sustentáveis para o desenvolvimento.

 

 

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