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Impacto da construção de usinas eólicas nos municípios brasileiros

Crescimento do PIB per capita dos municípios com parques eólicos é mais positivo. Estudo realizado por meio de método de controle sintético, aponta resultados mais significativos dois a três anos do início da construção, com dispersão posterior.


O Brasil tem hoje aproximadamente 14 estados produzindo energia elétrica por meio de geração eólica. Com um dos maiores volumes de ventos do mundo e baixa probabilidade de ocorrência de fenômenos climáticos extremos, o país tem um grande potencial para ampliação do uso de energia eólica.

Além de apresentar uma série de vantagens em relação a outras fontes de energia, mais poluentes e caras, a geração pela força dos ventos contribui para diversificar nossa matriz energética, ainda bastante focada em geração hidrelétrica, que, apesar de uma fonte limpa e barata, está sujeita a variações climáticas e fenômenos cada vez mais recorrentes como as secas.

 

Cinco vantagens da energia eólica

1. É uma fonte de energia renovável e limpa, não emitindo gases de efeito estufa;
2.  Não produz resíduos ao gerar eletricidade;
3.  É inesgotável;
4. Não há custos associados à obtenção de uma matéria-prima;
5. Tem baixos riscos ambientais (em comparação a usinas hidrelétricas
e nucleares, por exemplo);

                                           

Parques eólicos: vantagens para a economia local?

Entre as vantagens locais da geração eólica, o fato de os parques poderem coexistir com outras atividades ligadas ao uso da terra é um dos mais positivos. Sua existência em regiões agrícolas pode ajudar no desenvolvimento econômico local, aumentando a qualidade de vida e reduzindo desigualdades sociais.

Devido aos arrendamentos de terras para a instalação de torres eólicas, o investimento em energia eólica pode estar associado ao aumento de renda dos pequenos proprietários de terras no interior do Brasil. No entanto, como demonstra a pesquisa em questão, o impacto econômico da construção das usinas sobre as economias locais não necessariamente decorre do arrendamento da terra, mas em grande parte também da própria obra associada.

Martini, Jordão e Grimaldi verificaram os impactos da construção de usinas eólicas nas economias municipais por meio da evolução do produto interno bruto (PIB) per capita dos municípios que receberam investimentos na construção de usinas eólicas no período de 2007 a 2014. Para tal, os autores trabalham com um grupo de controle com características semelhantes, mas que não receberam essa intervenção.

 

Método do controle sintético

A metodologia adotada nesta pesquisa foi inovadora em relação às avaliações dos impactos locais das obras de usinas eólicas no Brasil já existentes. A estimação dos efeitos locais foi realizada por meio da metodologia de controle sintético.

O método do controle sintético foi aplicado para cada município beneficiado pela construção de parques eólicos, somando 37 avaliações individuais, que foram então compiladas e analisadas de maneira agregada. Os resultados obtidos se mostraram heterogêneos, mas com efeitos medianos positivos, concordando com a bibliografia levantada.

Esse método, além de ser mais consistente para avaliações com poucas unidades tratadas, permitiu observar a variação dos efeitos ao longo do tempo.

Com isso, registrou-se um resultado positivo no PIB per capita municipal nos primeiros anos a partir do início de sua construção, com dispersão a seguir, indicando que, além do arrendamento, os efeitos econômicos das obras dos parques em si são significativos.

Leia “Avaliação de efeitos locais da construção de usinas eólicas nos municípios brasileiros: uma abordagem por controle sintético” de Ricardo Agostini Martini, Marília de Figueiredo Jordão e Daniel da Silva Grimaldi, publicado na Revista do BNDES 59.

 

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