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É a vez dos dirigíveis no Brasil?

A melhoria e evolução na infraestrutura de transportes é um fator essencial para alavancar o crescimento social e econômico do país. No Brasil, em grandes porções da Amazônia e do Centro-Oeste, a produção, o armazenamento e a distribuição de bens e produtos, assim como o tráfego de pessoas, são afetados pela precariedade ou até mesmo a inexistência de modais de transporte eficientes e adequados para movimentação e, consequentemente, pela impossibilidade de geração de riqueza decorrente. A falta de conexão da grande extensão territorial brasileira, concomitante à descentralização da produção, gera desafios para o setor e para o governo. É necessário estabelecer e desenvolver soluções eficientes para a falta de sistemas e facilidades de transporte, que impede a integração regional e o desenvolvimento de grandes áreas do interior do país

A melhoria e evolução na infraestrutura de transportes é um fator essencial para alavancar o crescimento social e econômico do país.

No Brasil, em grandes porções da Amazônia e do Centro-Oeste, a produção, o armazenamento e a distribuição de bens e produtos, assim como o tráfego de pessoas, são afetados pela precariedade ou até mesmo a inexistência de modais de transporte eficientes e adequados para movimentação e, consequentemente, pela impossibilidade de geração de riqueza decorrente.

A falta de conexão da grande extensão territorial brasileira, concomitante à descentralização da produção, gera desafios para o setor e para o governo. É necessário estabelecer e desenvolver soluções eficientes para a falta de sistemas e facilidades de transporte, que impede a integração regional e o desenvolvimento de grandes áreas do interior do país.

A diminuição dos custos logísticos com transportes é uma mudança essencial para tornar a produção nacional mais competitiva no exterior e mais acessível ao mercado interno. O crescimento econômico demanda necessidades favoráveis ao desenvolvimento e a melhorias nos modais de transporte. Beneficiando principalmente as áreas conhecidas como “vazios logísticos”, os dirigíveis ressurgem como uma alternativa a esse problema.

Conhecido como o “mais-leve-que-o-ar”, o dirigível é uma solução economicamente viável e de baixo impacto ambiental para a ampliação da rede viária nacional.

Para sua operação, um dirigível prescinde de estruturas terrestres complexas, como aeroportos, apresentando, portanto, excelentes vantagens operacionais, financeiras e econômicas. Além dessas vantagens, ele é um tipo de aeronave que se utiliza da flutuação aerostática e tem alta eficiência energética, consumindo níveis reduzidos de combustível e, consequentemente, emitindo menor volume de gases de efeito estufa.

O transporte de cargas para lugares mais distantes dos grandes centros consumidores e exportadores é caro e os meios terrestres dependem de estradas geralmente precárias. A utilização de dirigíveis nesse processo encurtaria os gastos e diminuiria o tempo de deslocamento, driblando os problemas de infraestrutura que afetam essas regiões.

Novas tecnologias estão sendo adotadas para desenvolver dirigíveis voltados para o transporte de carga. A previsão é que em breve eles voltem a ser vistos no céu brasileiro. O protótipo do ADB-3, primeiro modelo de dirigível tripulado projetado pela Airship do Brasil Indústria Aeronáutica, realizou o seu voo inaugural em julho deste ano. A companhia de São Carlos também trabalha no desenvolvimento do ADB-3-30, um dirigível cargueiro com capacidade para até 30 toneladas.

Antevê-se um amplo leque de aplicações para esse modal. Além de auxiliar nas operações logísticas, esse tipo de aeronave também pode ser utilizado como instrumento de patrulhamento de fronteiras e fiscalização de áreas de proteção ambiental. Com custo operacional inferior aos meios comumente utilizados para vigilância, a substituição por dirigíveis proporcionaria um monitoramento mais frequente dessas regiões por entidades da sociedade civil e outros órgãos do governo.

Existem ainda outras possibilidades de usos para os dirigíveis. O modal pode ser utilizado como apoio médico e logístico nas fronteiras, na remoção de escombros de locais de difícil acesso e em operações de busca e salvamento. Contrariando a sua aplicação usual que, por muito tempo, ficou restrita a esfera dos voos turísticos e de uso publicitário, os dirigíveis atingem hoje outro patamar de utilidade.

Outro ponto importante é que, a partir dos projetos desenvolvidos pela ADB, existe a expectativa de expansão do setor aeronáutico local com foco nesse segmento. Essas novas tecnologias inovadoras propiciarão o surgimento de empresas voltadas à produção de soluções para dirigíveis, gerando novas ofertas de trabalho para as comunidades locais.

Nesse contexto, o emprego dos dirigíveis é proposto não para concorrer com os modais de transporte já existentes, e sim para atuar em nichos ainda não preenchidos. A viabilidade do transporte de cargas pesadas pelo dirigível revela novas possibilidades ao Brasil, abrindo horizontes para a expansão e para o desenvolvimento da economia nacional.

Case do dirigível tripulado ADB-3

O protótipo do primeiro dirigível tripulado fabricado na América Latina, desenvolvido pela Airship do Brasil, realizou o seu voo inaugural e foi apresentado no último dia 24 de julho. O ADB -3 é o passo inicial de um projeto que envolve pesquisa, desenvolvimento e produção de um dirigível ainda maior, com capacidade para até 30 toneladas. Além de todas as funções já previstas no protótipo, o ADB 3-30 será empregado principalmente para o deslocamento de torres de transmissão pré-montadas para a instalação de Linhas de Transmissão em regiões remotas na Amazônia. A aeronave poderá sair diretamente do local da produção e transportar o equipamento até o ponto de instalação.

 

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Esse conteúdo foi elaborado a partir de trechos do artigo Os dirigíveis e o Brasil: eterna promessa ou caso concreto?, de autoria de Sérgio Bittencourt Varella Gomes e Márcio Nobre Migon, publicado no BNDES Setorial 35. Para saber mais, você pode fazer o download do artigo em PDF.

 

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