Pular para o conteúdo principal

Menu

Indústria e comércio exterior Post

O mercado dos jogos sérios

Uma importante característica dos jogos é a sua capacidade de entreter o usuário, de reter sua atenção ao desafiá-lo e, assim, de obter o seu envolvimento. Os chamados jogos sérios utilizam-se dessa estratégia para alcançar, contudo, finalidades que vão além do simples entretenimento. Como os demais jogos digitais, os jogos sérios também são resultado de programação computacional, que por intermédio da dinâmica interativa dos jogos podem transmitir fatos, conceitos, valores, desenvolver habilidades, estimular comportamentos, enfim, buscam atingir objetivos e resultados por meio do entretenimento.

Uma importante característica dos jogos é a sua capacidade de entreter o usuário, de reter sua atenção ao desafiá-lo e, assim, de obter o seu envolvimento. Os chamados jogos sérios utilizam-se dessa estratégia para alcançar, contudo, finalidades que vão além do simples entretenimento.

Como os demais jogos digitais, os jogos sérios também são resultado de programação computacional, que por intermédio da dinâmica interativa dos jogos podem transmitir fatos, conceitos, valores, desenvolver habilidades, estimular comportamentos, enfim, buscam atingir objetivos e resultados por meio do entretenimento.

O campo de utilização dos jogos sérios é extremamente vasto e engloba a educação, a saúde, o treinamento, a área militar, de segurança, a comunicação, a publicidade, enfim, uma ampla e crescente gama de finalidades. Isso significa que o desenvolvimento de jogos sérios necessita de muitos conhecimentos específicos para que possa promover os resultados esperados. Requerem, conforme o caso, profissionais como pedagogos, professores, comunicadores, terapeutas, estrategistas militares etc., além de todos os profissionais envolvidos mais diretamente no desenvolvimento técnico do jogo.

Um interessante exemplo da difusão de jogos digitais na área médica é apresentado por Cardoso (2013). Ele relata que a australiana National Stroke Foundation identificou que, na Austrália, 61% dos hospitais metropolitanos voltados à reabilitação de pacientes com acidente vascular cerebral havia adquirido consoles Nintendo Wii para auxiliar no tratamento de seus enfermos. Destaque-se que esse caso é um exemplo apenas do potencial dos jogos sérios, pois um produto desenvolvido especificamente para estimular e reabilitar determinadas partes do corpo dos pacientes tenderia a promover resultados ainda mais satisfatórios do que os alcançados por jogos de entretenimento.

Na área da saúde, a aplicação de jogos sérios vem se desenvolvendo nas atividades de reabilitação, por meio de tratamentos como fisioterapia, psicoterapia e terapias cognitivas; na da prevenção, pela promoção da prática de exercícios físicos e de memória; na quebra de resistência a certos tratamentos, em particular com o público jovem; e ainda nos diagnósticos, que por tornarem o processo de consulta mais amigável e divertido contam com maior colaboração dos pacientes.

Na área educacional, embora ainda muito pouco explorada, a utilização de jogos sérios encontra um universo à parte. Em todo o campo do conhecimento é possível fazer uso de jogos digitais como ferramenta de apoio à transmissão de conceitos e informações, para exercitar a aplicação de técnicas, ou para auxiliar o aprendizado e a assimilação de conteúdos didáticos. Seja na matemática, em línguas, história, geografia, ciências, enfim, em todo o espectro educacional, o emprego de jogos complementa o aprendizado e facilita a comunicação e a fixação de conhecimentos, permite exercitá-los, testar o entendimento e gerar retorno imediato de avaliações.

De forma similar, o mercado corporativo – privado e público – também representa um enorme potencial de aplicações, destinadas à formação, ao treinamento ou à capacitação de recursos humanos, em áreas técnicas ou operacionais, em atividades manufatureiras, de serviços, de gestão etc. É avaliado como o segundo maior mercado de jogos sérios, inferior apenas ao deadvergames, cujo objetivo está comumente associado à construção e à consolidação de marcas, produtos ou imagem de organizações.

Várias empresas têm buscado o apoio de jogos sérios para desenvolver e aprimorar habilidades de seus empregados, tais como criatividade, inovação, trabalho em equipe, relações interpessoais, comunicação, negociação e tomada de decisões. Até mesmo mudanças comportamentais necessárias à superação de preconceitos, barreiras culturais ou à adoção de inovações têm contado com o suporte de jogos sérios desenvolvidos para tais finalidades. O maior engajamento dos empregados, a maior clareza e observância de metas de curto e longo prazo e de regras corporativas e a melhoria do feedback com as chefias são algumas das consequências positivas mais comumente citadas.

Ainda no mercado corporativo, situações práticas do dia a dia do trabalho podem ser simuladas por meio de jogos sérios, que reproduzam contextos muito próximos da realidade e, assim, permitam que ações e conhecimentos possam ser testados, avaliados e aprimorados sem que haja exposição a possíveis resultados adversos. Simuladores de jogos sérios, por exemplo, promovem a reprodução de ambientes por vezes inóspitos ou inseguros, mas com os quais alguns profissionais necessitam interagir. A simulação permite reproduzir experiências práticas, com alto grau de realismo, porém em ambiência segura.

Essa característica dos jogos sérios encontra grande aplicação nas áreas militar, de defesa e de segurança, onde o poder de compra dos governos constitui o principal componente da demanda. Por meio de simuladores, é possível reproduzir situações de risco em um ambiente seguro e, assim, promover treinamentos, transmitir experiências e desenvolver habilidades sem exposições desnecessárias e a custos reduzidos.

Para mais informações a respeito do mercado de jogos digitais, perfil e perspectivas da indústria nacional, leia o artigo Como a indústria brasileira de jogos digitais pode passar de fase, do qual foi extraído e adaptado esse conteúdo. O trabalho, de autoria de Gustavo Mello e Patricia Zendron, foi publicado no BNDES Setorial 42.


Referências
CARDOSO, M. V. A proposição de um modelo de análise para a indústria criativa de videogames no Brasil. São Paulo: USP/FEA, 2013.

 

Baixar artigo completo                                                    Acessar o BNDES Setorial 42

Se você gostou desse conteúdo, confira esses:

Capa da noticia - Estratégia de investimento em mercado de capitais: priorizando a agenda verde
Indústria e comércio exterior
Entrevista

Estratégia de investimento em mercado de capitais: priorizando a agenda verde

Conversamos com Marcelo Marcolino, superintendente da Área de Mercado de Capitais, Investimentos e Participações do BNDES, e representantes de duas das novas empresas investidas pela BNDESPAR – Vinicius Mazza, Diretor de Finanças e Gente e Gestão da Santa Clara Agrociência Industrial, e Eduardo Couto, CFO da Eve Air Mobility – sobre a importância da atuação de bancos de desenvolvimento no mercado de capitais, a nova estratégia do BNDES e os planos das investidas.
Capa da noticia - Como o crédito à exportação contribui para o desenvolvimento?
Indústria e comércio exterior
Post

Como o crédito à exportação contribui para o desenvolvimento?

Como diferentes países têm estruturado seus sistemas públicos de crédito à exportação? Confira um panorama das principais experiências internacionais e entenda como esses sistemas contribuem para o crescimento econômico, a inovação e a inserção competitiva no mercado global.

Capa da noticia - Minerais críticos: oportunidades e desafios para a indústria brasileira
Indústria e comércio exterior
Entrevista

Minerais críticos: oportunidades e desafios para a indústria brasileira

Os elementos de terras raras têm papel fundamental na descarbonização e transição energética e o Brasil conta com os recursos naturais necessários para despontar como player nesse setor. Conversamos com Constantine Karayannopoulos, especialista na indústria de terras raras e minerais críticos, para entender o potencial do Brasil e alguns passos que precisam ser tomados para alcançarmos esse objetivo.
Capa da noticia - Texto para discussão analisa atuação de bancos asiáticos de financiamento ao comércio exterior
Indústria e comércio exterior
Post

Texto para discussão analisa atuação de bancos asiáticos de financiamento ao comércio exterior

Texto para Discussão 162, de autoria de Bruno Galvão dos Santos, avalia como eximbanks de China, Japão, Coreia do Sul, Índia, Taiwan, Malásia, Tailândia e Turquia conciliam sustentabilidade financeira com a meta de oferecer créditos a custos reduzidos, apresentando seus históricos, discutindo seus custos e suas fontes de financiamento e descrevendo seus produtos e focos de atuação.