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Investidores anjo: ajudando empresas a sair do papel

Conversamos com Rodrigo Borges – fundador da Buscapé e da Domo Invest (gestora de venture capital) – sobre como funciona o investimento anjo. Confira alguns destaques da entrevista e entenda de que forma os investidores anjo escolhem em quais startups investir e ajudam os empreendedores a tirar os seus negócios do papel. 

O que é investimento anjo?

Cada tipo de investimento está associado a um determinado nível de risco e a um estágio de vida das empresas. Geralmente, na fase inicial de um empreendimento, os investimentos são menores e os riscos maiores, enquanto na fase de crescimento das empresas os recursos investidos já são normalmente mais substanciais e os riscos reduzidos.

O investimento anjo acontece justamente nesse primeiro estágio de vida do negócio, quando ele ainda é apenas uma ideia e os riscos envolvidos são grandes. Os investidores anjo são em geral pessoas físicas e os primeiros investidores costumam fazer parte do círculo de contatos pessoais dos empreendedores (family and friends). Por isso, aceitam um risco mais elevado para ajudar a empresa a sair do papel.

Em um momento posterior, quando a startup já tem um produto desenvolvido, entram em cena os investidores institucionais, que vão avaliar a capacidade real da empresa de conquistar espaço no mercado.

“Uma coisa é usar aquele produto gratuito, outra coisa é alguém pagar para ter acesso àquele produto, e aí tem um desafio muito grande. No Brasil, é muito importante que as startups tenham um modelo de negócios claro. Não necessariamente é ser uma empresa lucrativa, mas é uma empresa que começa a faturar e ganhar dinheiro”, pondera Borges.

 

Qual é o papel do investidor anjo?

Como já mencionado, o investidor anjo vai aportar capital na fase inicial da empresa, assumindo riscos mais elevados para ajudar a desenvolver a ideia e transformá-la em um negócio viável. Mas não se trata apenas de colocar o dinheiro.

De acordo com o fundador da Domo Invest, o investidor anjo precisa também acompanhar a evolução do negócio e contribuir com sua experiência. Borges destaca a importância de que o investidor entenda seu vínculo com a empresa e tenha alguma conexão profissional com aquele tipo de negócio. Como investidor anjo, ele afirma que gosta de acompanhar a evolução do negócio e que o reporte periódico de resultados pelo empreendedor contribui para o seu desenvolvimento.

 

Como os investidores anjo escolhem em que empresas investir?

“Se você olhar uma startup, tem quatro áreas que são muito importantes: uma é a área de tecnologia, tem uma área comercial, de marketing e de produto”. Por isso, Borges destaca que é fundamental que exista complementaridade entre as pessoas que formam o time de empreendedores da startup. Conhecimentos e experiências variados são positivos e favorecem o sucesso da empresa.

Outro ponto importante, de acordo com ele, é o timing do negócio. É preciso observar se é “o momento certo para estar investindo nessa tecnologia ou nesse produto”, já que existem “ondas de novas iniciativas”. Como exemplo, cita as empresas de aluguel de patinetes e de aplicativos de táxi, explicando que é preciso avaliar se o mercado para aquela iniciativa já está consolidado e se o nível de competição é muito elevado. Por outro lado, se a empresa é pioneira em determinado mercado ou solução tecnológica, uma first mover, ela tem uma vantagem competitiva.

 

Como o BNDES está apoiando as startups em conjunto com investidores anjo?

Para conectar investidores e startups, o BNDES criou um fundo dedicado a investir em micro e pequenas empresas de perfil inovador e alto potencial de crescimento nos setores de agronegócio, biotecnologia, cidades inteligentes, economia criativa, saúde e tecnologia da informação e comunicação (TIC). O Fip Anjo investirá nas startups o mesmo valor captado junto a investidores anjo ou aceleradoras, dobrando o volume de recursos disponíveis. Nesse primeiro momento, as startups poderão receber, ao todo, até R$ 1 milhão, e contarão com a mentoria dos investidores anjo, estimulando melhores práticas de governança e gestão. 

 

Confira a entrevista completa com Rodrigo Borges no vídeo a seguir:

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